domingo, 17 de junho de 2007



TUDO VIRA FUMAÇA

Minha mãe sempre me disse.

Filha, tudo passa.

Vira fumaça.

Eu achava graça.

Como passar uma dor que quase nos mata?

Que tanto maltrata?

Mas ela dizia e eu confiava.

Mãe, cada cacetada que a vida me dava.

Mas logo passava.

Mãezinha.

Tudo vira mesmo fumaça. No ar desaparece.

Nós duas sempre fomos de muita fé, muita prece.

Foi ontem ainda, minha querida, que deu um nó na minha vida.

E passou.

Vejo como um filme que já borrou.

As imagens antes tão nítidas já são imperfeitas.

Tudo aos poucos se ajeita.

Caminhando por ruas tortas encontro as direitas.


Sonia M. Delsin



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