sexta-feira, 8 de junho de 2007


O SINO A BADALAR

Ali naquela cama quanto eu sonhei...

Quanto.

Quanto lá quietinha eu fiquei.

Fiquei ouvindo o silêncio.

Na madrugada era eu e o nada.

Aí um sino badalava a cada hora.

Junto com o sino eu ia embora.

Deixava a cama.

Voava pela amplitude.

Isso foi na minha juventude.

...

Passaram-se os anos e trouxeram mudanças.

Trouxeram coisas boas.

Minhas crianças.

Então meu mundo se encheu de cor.

Eu experimentei plenamente o amor.

...

Hoje em dia quando lá estou eu paro pra ouvir o silêncio de novo.

O sino badala.

...

Parece que nada muda naquele lugar.

Só eu é que mudei.

Ou nem mudei tanto?

...

O sino a badalar... fico a pensar...

Deixo a madrugada se arrastar.



Sonia M. Delsin


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