quinta-feira, 7 de junho de 2007



SOB O FOGO DA PAIXÃO

Eu necessitava de umas asas que me cobrisse.

Igual filhote frágil da águia precisava de abrigo.

No mundo sozinha eu corria perigo.

Sabia do vôo, mas receava.

Queria descanso, remanso.

Tu chegaste.

Me cobriste.

Vieste com um sorriso doce e com uma promessa.

Não verbal.

Estava ali nos teus olhos líquidos.

Acreditei.

Me abriguei.

A águia traz consigo a informação do vôo alto.

Mas eu precisava mais um pouco do ninho.

Sob o fogo da paixão eu me aquecia.

Tinha horas que tu rias.

Da minha fragilidade.

Mas que uma hora eu ousaria tu sabias.

Lindo amor, eu voei...

Aquecida no teu fogo minhas forças renovei.

Vôo.

Busco...

Calor igual ainda não alcancei.

Nem deve existir.

Mas eu precisava partir.

Sob as tuas asas não podias eternamente me abrigar.

Não é ao teu lado o meu lugar.


Sonia M. Delsin



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