NOITE INFINDA, AINDA ASSIM LINDA
Descalça.
Eu dançava.
Na areia eu rodava.
A fogueira não me esquentava.
Nem a dança.
Um frio n’alma.
Um frio me comendo a alma.
A rodopiar.
Uma música no ar.
Eterna música a me machucar.
Rodava, dançava, balançava.
Me cansava.
Não esquentava.
Tudo estava enregelado.
Meu corpo que queria ser abraçado.
Beijado.
Tudo me doía.
Os pés com a dança.
O corpo...
Me doía a alma.
Era a música.
A solidão...
Estalava o carvão.
A fogueira mais alta se fazia.
Então já era quase dia.
Sonia M. Delsin
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