sexta-feira, 22 de junho de 2007



DAS PROFUNDEZAS

Despertaste-me das profundezas.

Trouxeste-me à tona.

Trouxeste-me, anjo.

Algum tempo estive escondida nas dobras da vida.

Escondida, lambendo a ferida.

Hoje eu me vejo tão mais forte.

Encarei tudo de forma valente.

Até a morte.

E de covarde me chamaram um dia.

Quem me dizia a si mesmo via.

De si se escondia.

E por covardia.

O peso do mundo nas costas me jogava.

Busquei respostas.

Ah, e desanimei.

Me fragilizei.

De dor nas profundezas me afundei.

Nas profundezas que entristece.

Mas anjos sempre estão cuidando da gente.

Quem me socorreu foi um anjo de asas muito azuis fosforescentes.

Um dia eu descobri que noutro caminho já andava.

O anjo me ajudava.

Com poucas palavras, com poucos gestos.

Mas tão autêntico sempre.

Meu anjo.

Era tão negro aquele mundo onde eu me vira jogada.

E tu me salvaste sem cobrar nada.

Me equivoquei.

Quis ser sua namorada.


Sonia M. Delsin

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