AMENAS ÁGUAS
Calmas águas.
Calmos olhos a fitar as águas.
Lentamente lágrimas deslizam destes olhos.
É a tristeza que chega.
As lembranças.
De um dia de pesca.
De um dia de promessas.
De um que o tempo guardou.
Amenas águas.
Serena este meu coração cansado.
Deixa enterrado o passado.
Sob tuas águas, lago, dorme o monstro do lago.
E ele não despertará.
Ou um dia acordará e tudo agitará?
Fito um pássaro num vôo rasante e sonho.
De novo sonho que estou na ponta do arco-íris.
Posso caminhar por ele.
Algo vem me acarinhar.
É o vento.
Suave, leve.
As águas se mantém serenas.
Me levanto.
Ando.
Ouço um canto.
Sou eu a cantar.
Nem percebi.
Só agora sinto as notas no ar.
Com a natureza consigo me integrar.
Quando me perco, consigo me achar.
Saio a caminhar...
Tanto a me esperar.
Sonia M. Delsin
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