quarta-feira, 4 de julho de 2007



SUAS PALAVRAS AFIADAS

Eram como navalhas cortantes.

Eram desconcertantes.

Eu me via podada de mim.

Eu virava capim.

Era mesmo assim.

Tão ruim.

Suas palavras afiadas eram punhais ferindo meu coração.

Transformava o mundo em verdadeira desconsolação.

Suas palavras faziam eco nos telhados de zinco.

Eu contava até cinco.

Perdia a conta.

Não chegava até dez.

Me sentia tão reles.

Um chinelo velho abandonado.

Me sentia um trapo jogado.

Suas palavras afiadas eram estiletes furando paredes.

Me sentia como os peixes nas redes.

Mas um dia sua voz se calou.

O mundo mudou.

Meu ser tão preso voou.

Suas palavras não alcançam mais o meu mundo.

Minha mudança foi radical.

Voltei a ser eu mesma e é sensacional.


Sonia M. Delsin



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