terça-feira, 3 de julho de 2007



GUARDADO PRA SEMPRE

Hoje eu tenho o meu mamoeiro carregado.

Está num canteirinho apertado.

Não foi plantado.

Nasceu e eu deixei que crescesse.

Está tão alto, de frutos realmente carregado.

Nunca tinha visto carga igual num mamoeiro.

E os frutos são tão docinhos.

Mamoeiros me lembram minha infância.

Os doces que mamãe fazia, os fantasmas...

Mãe querida, de tão pouco fazias magia.

Do doce eu lembro o aroma.

Mal me aproximava da porteira já sentia e corria. Ah, como eu corria!

Ah, como eu gostava daquilo!

Comia quente.

Imagine se eu ia esperar esfriar.

Queria me fartar.

E os fantasmas eram brincadeiras tolas de assombrar.

Fazias olhos, nariz e boca e colocavas uma vela dentro, mãezinha.

Era um tempo mágico este.

Mágico.

Fecho os olhos e vejo de novo as crianças que fomos.

Vejo a chácara que moramos.

Nossa, como é bom lembrar!

Tem coisas que nunca queremos apagar.


Sonia M. Delsin



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