
GUARDADO PRA SEMPRE
Hoje eu tenho o meu mamoeiro carregado.
Está num canteirinho apertado.
Não foi plantado.
Nasceu e eu deixei que crescesse.
Está tão alto, de frutos realmente carregado.
Nunca tinha visto carga igual num mamoeiro.
E os frutos são tão docinhos.
Mamoeiros me lembram minha infância.
Os doces que mamãe fazia, os fantasmas...
Mãe querida, de tão pouco fazias magia.
Do doce eu lembro o aroma.
Mal me aproximava da porteira já sentia e corria. Ah, como eu corria!
Ah, como eu gostava daquilo!
Comia quente.
Imagine se eu ia esperar esfriar.
Queria me fartar.
E os fantasmas eram brincadeiras tolas de assombrar.
Fazias olhos, nariz e boca e colocavas uma vela dentro, mãezinha.
Era um tempo mágico este.
Mágico.
Fecho os olhos e vejo de novo as crianças que fomos.
Vejo a chácara que moramos.
Nossa, como é bom lembrar!
Tem coisas que nunca queremos apagar.
Sonia M. Delsin
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