CORAÇÃO DESPERTANDO
Nunca mais eu abri aquele álbum de fotografias.
Tantas lembranças...
Tivemos tantos dias de alegrias...
As cartas eu queimei.
Pra que relê-las? Para sofrer mais?
O seu rosto da memória eu quis apagar.
Eu quis das minhas lembranças lhe retirar.
Eu quis esquecer o gosto de seu beijo.
Porque creio que nunca mais vamos nos beijar.
Seu abraço apertado que quase conseguia me matar também eu quis esquecer.
Pra que sofrer?
Eu quis tudo apagar.
Sua boca, suas mãos, seus dedos, seus cabelos, seus pêlos, seu corpo nu. Sua beleza.
Recordar tantas coisas me dá uma tristeza.
Mas no meio das minhas noites desertas as lembranças me chegavam.
Elas insistiam.
Eu pensava.
Preciso este amor exorcizar.
Preciso.
Aos poucos sua imagem foi desvanecendo.
Mas junto com ela parece que meu coração foi morrendo.
Só eu fui percebendo.
E aos pouquinhos eu o fui afagando, aquecendo.
Fui despertando este músculo cansado.
E hoje ele é um menino levado.
Tem sonhos mais loucos.
Sonha em ficar completamente apaixonado.
Sonia M. Delsin
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