LASSIDÃO
Deitada. Completamente largada eu começo a viajar.
É uma viagem em câmera lenta.
Vou buscar um homem que pelos caminhos se afastou de mim num repente.
Nossa estória de amor foi diferente.
Foi? Se acabou?
Acredito que sim.
Pelo menos tudo me leva a pensar assim.
Mas que pena! Tinha tudo de bonito.
A vida é cheia de estradas que nos surpreendem.
Nos perdemos pelos caminhos.
Não sei se foi falta de conversa.
Ou conversa demais.
O amor não precisa de tantas palavras.
O amor precisa de muito mais silêncio.
Agora tudo silenciou de vez e eu aqui fico a imaginar a boca que eu mais gostava de beijar.
Fico a pensar numas mãos que quando deslizavam meu corpo acendia.
Nesta estória tudo me surpreendia.
A forma que nos conhecemos.
Juntos sentíamos tanta alegria.
Por que se acaba uma coisa tão bonita?
Estou largada aqui, mas viajando.
Estou imaginando uma tarde linda que tivemos.
Um beijo que demos.
Um daqueles que a gente perde a noção de espaço, tempo.
Um daqueles beijos que nos tira o chão. A direção.
Estou aqui, tão sozinha nesta lassidão.
Mas tudo tenho de volta... na minha imaginação.
Sonia M. Delsin
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