terça-feira, 28 de agosto de 2007



ARREPIADA

Fico toda arrepiada ao recordar.

Nas tuas mãos fico a pensar.

Naquele deslizar.

Tu te pusestes a me massagear.

Tua boca queria passear,

E eu ficava a esperar.

Nem que cem anos eu viva aquela tarde vou apagar.

Nós dois a nos amar.

O tempo parecia que parava para nos observar.

Éramos dois loucos apaixonados?

Doidos enamorados?

Só sei que consegui aquele dia pra sempre guardar.

E a lembrança me faz arrepiar.

És meu nas lembranças.

És meu.

És o amor que eu sempre quis e foi um presente dos céus te encontrar.

Descanso a cabeça na pedra.

Me ponho a sonhar...

Já que nada custa sonhar posso a devaneios me entregar.


Sonia M. Delsin





NA MADRUGADA

Correm tuas mãos pequenas

nas minhas costas frágeis.

Correm teus dedos ágeis.

Em carinhos ousados eles correm.

Caminhos tão desejados percorrem.

Trocamos beijos apaixonados.

Ficamos agarrados.

A olhar o tempo eu estou.

O tempo que você me amou.

Assisto o tempo que se arrasta.

Que se afasta.

Na madrugada.

Nós...

Desatados os nós.

O que restou de nós?

Sou somente eu na madrugada a indagar?

Quem vai com esta sonhadora se preocupar?

Quem vai se interessar em respostas dar?

Na madrugada posso chorar... ou silenciar.

Que nada vai mudar.



Sonia M. Delsin





QUERO TOCAR TEU CORAÇÃO

Digo que te amo

com meus olhos que te fitam na obscuridade.

Digo que te amo com minha voz.

Estou morrendo de saudade.

Ouço tanto não.

Mas quero tocar teu coração.

Sonia M. Delsin





CHUVA NA VIDRAÇA

Meus olhos cá dentro

estão mais molhados

que o vidro lá fora.

É a saudade de um tempo morto.

Saudades de outrora.

A chuva na vidraça.

Lembrança.

Meu tempo de criança.

Tanta esperança...

Meus dedos no vidro correm desenhando.

Estou buscando.

Sim, buscando a felicidade que foi embora.


Sonia M. Delsin




É TRISTE? É DESOLADOR?

Já reparaste

que todos os caminhos deste mundo

terminam sob uma cruz?

Há um consolo, porém...
Algo que marca presença no mundo.

As palavras de Jesus.


Sonia M. Delsin


ME RECEBA

Eu abro os braços pra

te receber.

Não quero te ver

sofrer.

No calor dos meus braços tu podes

descansar.

Sou ninho, carinho.

Falo baixinho.

Posso mudar teu mundo inteirinho.

Me recebas pra ver.

Nada vais perder.


Sonia M. Delsin





NUA

Eu me vi tão

nua.

Eu me vi tão

sua.

Tive medo do sonho que

nascia.

Depois daquela noite o dia

chegaria...

E não se vive só de

poesia.


Sonia M. Delsin





CONTA COLORIDA

A vida é uma conta.

Uma conta colorida.

É você quem tem que fazer

sua vida mais bonita.

O sol se levanta.

A lua desponta.

A vida é uma conta.

Quero ver você colorindo seu viver.

Rindo pra valer.

Vem comigo.

Vem dançar.

Vem viver.

A vida é uma conta colorida.

Pode crer...


Sonia M. Delsin





DESENFEITANDO O AMOR

A rotina massacrante

vai desenfeitando o amor.

Não podemos nunca

nos descuidar.

O amor é delicado.

Não suporta

ser maltratado.

Nem uma judiação

podemos fazer.

Porque ele pode morrer.

Uma frase mal colocada.

Uma olhada atravessada.

Precisamos estar atentos.

Pra evitar para nós e para o outro que surjam

os sofrimentos.


Sonia M. Delsin





ME ESTENDA A MÃO

Meu irmão,

me estenda a mão.

Estou caído na sarjeta.

Mas sou do bem.

O que me derrubou foi um amor que tive.

Foi uma paixão.

Maltratou demais meu coração.

Amar foi minha perdição.

Não tive cabeça e me entreguei.

Eu errei.

O meu amor matei.

Mas junto com ele morri.

É só um trapo de gente que agora vive aqui.


Sonia M. Delsin



domingo, 26 de agosto de 2007



A VIDA É ISSO

Plante uma árvore.

Sorria.

A alegria contagia.

Plante uma árvore.

Cresça com ela.

Veja a vida.

Ela é bela.

Plante uma árvore.

Alimente um sonho.

A vida é isso.

Primeiro a semente precisa existir.

Para uma árvore desabrochar e florir.

Primeiro o sonho precisa nascer.

Pra depois acontecer.

Neste ciclo vamos plantar. Alimentar.

Vamos sonhar.

Ver o sonho se realizar.

E quando estes não se realizam podemos sonhar outros.

E quando uma semente não vinga outra por certo vingará.

A vida não pode parar.


Sonia M. Delsin




MORDER A FRUTA

Alvos dentes.

Um convite.

A fruta ali.

Exposta.

Uma resposta.

Pro vazio dos dias...

Das noites...

A fruta.

Uma mordida leve.

Uma mordiscadinha.

E devorar a fruta...

Inteirinha.


Sonia M. Delsin




AMOR PROIBIDO

Eu te amei.

Não questionei.

O amor não costuma fazer muitas perguntas.

Nem se preocupar com respostas.

O amor acontece com a gente.

Vem num repente.

Era um amor proibido.

Nem por isso menos bonito.

Era um amor que me movia.

De noite.

De dia.

Me trazia um pouco de tristeza.

Mas tanta alegria.


Sonia M. Delsin




A BELEZA DE UM MOMENTO

Foi

um momento.

Durou o tempo

de um vento.

Mas foi tão belo que

me marcou.

Ainda hoje quando eu me lembro meu coração

fica em disparada.

Fui por um momento

a tua doce amada.

Aquela que aquece

a tua madrugada.

Sonia M. Delsin


sábado, 25 de agosto de 2007



O NINHO EM QUE TE ABRIGO

Sei que é um perigo.

O ninho em que te abrigo.

Sei que algumas vezes avanço um sinal.

Que entre nós tudo é especial.

Mas, meu amigo, eu lhe garanto.

Só sei ser assim.

Amiga, leal, natural.

O ninho em que te acolho é o ninho da amizade.

Te quero bem.

Te quero de verdade.


Sonia M. Delsin





MINHA LUTA, MINHA VITÓRIA

Era contra um mal que eu lutava.

Contra um mal que (se eu não fosse muito forte) me derrotava.

Eu estava enfraquecida.

Desiludida.

Entristecida.

Mas não queria morrer.

Ainda amava o viver.

Eu tinha algo que podia me salvar.

Meus filhos queridos.

Minha mãe.

E tudo que sempre amei fazer.

Escrever.

Eu ainda podia escrever muito e o fiz.

Hoje posso dizer que sou outra.

Estou viva e sou feliz.


Sonia M. Delsin



AS DUAS AMIGAS

As duas amigas esperam tanto do mundo.

Ainda esperam sim.

E se tornaram confidentes.

Em algumas coisas são parecidas.

Se bem que noutras são diferentes.

São tão sonhadoras.

Valentes.

Buscam a alegria.

Gostam de poesia.

Adoram namorar.

Passear.

Viajar.

E sonhar...

Gostam de conversar.

Confidenciar.

Como é que o mundo consegue um encontro destes providenciar?


Sonia M. Delsin






CHUVA NA JANELA

Os olhos dela.

A chuva na janela.

Tantos anos se passaram e mulher ainda olha apaixonadamente a chuva caindo.

Quanta coisa ela viveu reprimindo.

Deixa a chuva cair...

Ela lava tudo.

Até um sonho tolo que teima em existir.

Quanto inexiste.

Mas isso não pode deixá-la triste.


Sonia M. Delsin





NÓS SEMEAMOS E COLHEMOS

A semeadura...

Ó, vida dura!

A colheita é farta pra ti, meu amigo?

Ou te veio foi o castigo?

Dizem que viver é um perigo.


Sonia M. Delsin





AONDE O AMOR MORAVA

O que restou do lugar aonde

o amor morava?

Só rancor ali

restava?

A planta má se corta

pela raiz.

A própria vida é

que nos diz...

Aonde o amor morava era um lugar

tão lindo.

Aquele homem vivia

sorrindo...

Mas o amor abandonou aquele recanto.

Foi pra outro canto?

Que desencanto!


Sonia M. Delsin