quarta-feira, 5 de setembro de 2007

RUAS DA MINHA SOLIDÃO

Caminho.

Nada trago na mão.

Solidão.

Vou olhando as árvores.

Os pássaros, as casas.

O calçamento.

Fixo o olhar no firmamento.

Penso no passado.

Varro a lembrança.

Me chega outra recordação.

Do meu tempo de criança.

Esta eu deixo que fique brincando comigo.

É uma lembrança antiga.

Parece que ouço uma cantiga.

De ninar.

Na doce voz me deixo embalar.

Vou andando.

Cada coisa observando.

Um avião corta o céu.

Um cão começa a latir.

Um gato negro atravessa a rua correndo.

Estou sofrendo.

Mas sigo em frente.

Ao meu tempo aqui fico indiferente.

Já adentro em outra era.

E nesta eu me encontro ao teu lado.

É, tem coisas boas guardadas no passado.

Tão distante tudo...

Tão longínquo e eu sentindo de novo como se estivesse acontecendo.

Estou revivendo.

Volto ao presente.

Ruas da minha solidão.

Eu tão só.

Eu e este meu velho coração.


Sonia Maria Delsin



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