RUAS DA MINHA SOLIDÃO
Caminho.
Nada trago na mão.
Solidão.
Vou olhando as árvores.
Os pássaros, as casas.
O calçamento.
Fixo o olhar no firmamento.
Penso no passado.
Varro a lembrança.
Me chega outra recordação.
Do meu tempo de criança.
Esta eu deixo que fique brincando comigo.
É uma lembrança antiga.
Parece que ouço uma cantiga.
De ninar.
Na doce voz me deixo embalar.
Vou andando.
Cada coisa observando.
Um avião corta o céu.
Um cão começa a latir.
Um gato negro atravessa a rua correndo.
Estou sofrendo.
Mas sigo em frente.
Ao meu tempo aqui fico indiferente.
Já adentro em outra era.
E nesta eu me encontro ao teu lado.
É, tem coisas boas guardadas no passado.
Tão distante tudo...
Tão longínquo e eu sentindo de novo como se estivesse acontecendo.
Estou revivendo.
Volto ao presente.
Ruas da minha solidão.
Eu tão só.
Eu e este meu velho coração.
Sonia Maria Delsin
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