quarta-feira, 5 de setembro de 2007

ANDORINHA SOLITÁRIA

Na rua morta sobrou uma andorinha.

Sozinha.

Tristinha.

Ela que já foi tão animadinha.

Voa de janela em janela.

Que busca ave solitária?

Que espera destas janelas encerradas?

Que uma se abra?

Suas asas já estão machucadas.

Sente falta de outros tempos?

Das revoadas?

Nesta rua morta só sobrou você e um punhado de solidão.

Andorinha.

Vá pra outro lugar.

Ainda existe alegria.

Não baixe a cabeça.

Não se deixe abater.

Ainda vai ser muito feliz.

Pode crer.

Você nasceu provida de asas, bela ave.

Não se esqueça.

Ainda lhe resta a amplidão.

Existe tanta coisa pra viver e você tem um belo coração.


Sonia Maria Delsin

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